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NOME: Manuel Bravo Saramago NASCIMENTO: 19/10/1944, Tombos - MG FORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela Faculdade Cândido Mendes - Rio de Janeiro/MG - 1971. Mestre em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte/MG - 2003.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Resenha - Atlético x Palmeiras

Atlético 2 x Palmeiras 1, "Arena do Jacaré", 30/10/11, domingo, 18,00 hrs.
O Atlético fez um jogo de classificado, pelo menos, para a "sul-americana". O meu querido GALO está, deveras, surpreendendo na reta final.
Embora o futebol seja cercado por circunstâncias que a ponderação não atinge, há que se fazer justiça: a melhora da atuação do elenco do Atlético deve-se à comissão técnica. Pagamento em dia e organização de clube a administração Alexandre Kalil já vem dando desde que assumiu. Mas quem deu feição de time de futebol competitivo à equipe foi o Cuca e os demais componentes do comando da preparação física.
Na primeira etapa, viu-se o Atlético dominando o adversário, com visível superioridade técnica,  embora tenha sofrido um perigo real de gol, que proporcionou grande defesa a Renan Ribeiro, que voltou a jogar bem. Fizemos o gol, num passe milimétrico de Bernard para Neto Berola, que arremessou junto à trave esquerda que Deola não defendeu,  por volta de trinta e cinco minutos.
O Atlético iniciou a partida num 4x3x3, ou seja, laterais e zagueiros, Carlos César, L.Silva, Réver e Triguinho; na frente da zaga, Pierre, exercendo uma marcação forte em Valdívia; como segundo volante, o Fillipe Soutto; na distribuição das jogadas, Daniel Carvalho, o cerébro da equipe; na frente, como pontas, Neto Berola e Bernard; no centro, André, que vem subindo de produção e precisa de mais jogo. Bernard voltando sempre para ajudar o meio campo, fazendo uso imoderado da sua juventude e vontade. 
Por contusão, substituiu-se Carlos César, entrando em seu lugar Serginho.
Na segunda etapa, o jogo corria com as mesmas características da primeira, com o Atlético dominando  a fraca equipe do Palmeiras, que está jogando com a camisa e pela falação do seu técnico. Os visitantes chegaram a agredir o GALO, mas aos quinze minutos tomaram uma pintura de gol, produto de excepcional jogada de André e Fillipe Soutto, que arremessou da entrada da área sem chance para Deola.
Logo após, houve as justas expulsões de Maurício Ramos e Valdívia. Se com onze estava difícil com nove tornava-se impossível a reação do time paulista.
E o pior é que a reação houve. Não como estão alardeando as imprensas do eixo Rio/São Paulo. O Palmeiras fez um gol resultante de falha de L.Silva que estava dando combate a Maikon Leite, na ponta esquerda do ataque palmeirense, não se sabia onde estava o jogador da posição, Serginho. A bola foi bem centrada e aproveitada por Luan, aos quarenta minutos. Após o gol, mais ou menos por três minutos, o Palmeiras pressionou, ocorrendo vários escanteios a seu favor, e houve uma oportunidade de gol afastada por Réver. Nada mais. No resto, o Atlético voltou a dominar, com Bernard perdendo um gol bem no fim da partida.
Houve duas substituições: entrou Richarlysson no lugar de Berola e  saiu Daniel Carvalho para a entrada de Magno Alves. Os substitutos não comprometeram.
O que vimos ontem, além de um futebol de muita vontade, foi um time bem preparado fisicamente, o que não vinha ocorrendo antes. Vimos ainda um técnico não inventar para escalar um time: o beque defende, meio de campo joga na intermediária e atacante no ataque. Ótimo!!
Não poderia deixar de fazer referência à eleição para a presidência do Atlético que deverá ocorrer brevemente.
O bom senso e o espírito atleticano nos impõem um apoio irrestrito ao nome de Alexandre Kalil. A mudança pretendida não é salutar para o Atlético nos próximos anos. Não podemos permitir que pessoas que nada entendem de administração de um clube de alta complexidade como é o Atlético, assumam a sua administração. Tenhamos senso de responsabilidade: é o que precisa o conselheiro atleticano na hora de votar. Representamos milhares de pessoas que a razão primeira da vida é o GALO. Falaremos mais a respeito.
Aguardemos o Grêmio, agora na esperança da "sul-americana".

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fluminense 0 x Atlético 2

Estádio do "Engenhão", 24 de outubro, 18,30 horas, Atlético venceu por 2 x 0, gols de Daniel Carvalho e André, em passe de Daniel Carvalho. Marcador construído na primeira etapa. 
Vi o Atlético jogando defensivamente, como convém a um time que pretende sair da zona de rebaixamento, sem grandes recursos para atacar.
Uma vez mais, e como sempre, prevaleceu o talento de Daniel Carvalho, perfeito no exercício da função de "camisa 10". Pena que os centroavantes não sejam tão eficientes como precisariam ser para aproveitarem as jogadas iniciadas pelo excelente jogador. Seria necessário que André, Guilherme e ou Magno Alves jogassem mais.
Há poucos dias, após o empate com o Ceará, cheguei a escrever dando o Atlético quase como rebaixado. Mas o futebol é um jogo, seus resultados  dependem muitas vezes da fatalidade e, neste momento do campeonato, os ventos estão soprando a nosso favor.
Façamos justiça ao Cuca que armou a defesa, colocando um volante na frente dos beques - Pierre - e dois lateriais com eficiência, sem serem craques - Carlos César e Triguinho.
Gostaria que se conseguisse  manter um time até o fim, com as substituições necessárias durante as partidas.
Não entendo Neto Berola. Um jogador jovem, pouco mais de vinte anos de idade, que definitivamente não joga mais de um tempo. Escalá-lo no início da partida é ter menos uma substituição.
Acho que o Cuca está certo. Tem ele consciência da fragilidade técnica de seu time e arma um esquema defensivo: quatro beques, três volantes, um deles bem recuado - o Pierre -, na armação conta com a genialidade do Daniel Carvalho e, na frente, Bernard, titular absoluto,  André, Magno Alves e ou Guilherme. Eu prefiro o André.
Estamos fora da zona da degola. O nosso próximo jogo é com o Palmeiras, em casa. Temos todas as chances de vitória, pois o adversário está passando por má fase.
Esperanças não nos podem faltar. Aguardemos.

domingo, 16 de outubro de 2011

Vasco x Atlético

Vasco 2 x Atlético 0.
Sobre o jogo, derrota humilhante, não se há o que comentar. Massacre do Vasco, embora discreto o marcador.
Jogaram dois candidatos: o Vasco ao título e o Atlético ao rebaixamento.
O elenco do Atlético é fraquíssimo. Há jogadores componentes do grupo que, pela tradição do clube, não poderiam dele fazer parte - Jônatas Obina ( este, coitado, nem nome tem), Serginho, Neto Berola (jogador meio tempo e também precisa de outro nome)
E o Didira - nome de jogador de várzea, lá de Barra do Cuieté, Vale do Rio Doce. Poderá vir a ser um bom jogador, mas com outro nome. O Atlético não merece um "Didira".
Esperanças não podem faltar.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Recomeçar

Meados de outubro/2011, segunda-feira cinzenta, triste, como o sentimento de todo atleticano, e aí incluo   o do presidente, evidentemente. Desse último, a pior de todas as tristezas: o sentimento que poderia fazer algo melhor. Tenho certeza: ele quis fazer o melhor e não deu certo porque previsões e também projetos, no futebol, são aleatórios, pertencem ao imponderável, e este não permitiu o sucesso do nosso GALO. Nada mais.
Navegando pela internet, encontrei um provérbio indiano que me fora enviado por um amigo:

"Quando falares, cuide para que suas palavras sejam melhores que o silêncio."

Neste momento, para o atleticano há algo melhor que o silêncio? E para os dirigentes há algo melhor que o silêncio cercado por muita reflexão?
Para os componentes da grande nação atleticana, há uma frase que é sempre cercada de pertinência em qualquer momento da vida: "Sempre é hora de recomeçar e não perder a esperança nunca".
Para os dirigentes, há um frase que também colhi na caixa de email, cuja aplicação é de extrema utilidade neste momento, a meu juízo, melhor que o silêncio também, cujo teor é o seguinte: "Lamentar o passado é correr atrás do vento". Aí acrescento eu: não desdenhe o insucesso, faça dele um aprendizado.
Há incoerência quando fiz referência à imponderabilidade e, ao mesmo tempo, o de fazer do insucesso uma escola? Não, não há. O saber estruturado sobre a experiência é mais sedimentado e enfraquece a imponderabilidade, retirando-lhe grande parte dos efeitos deletérios que possa causar.
Recomecemos. Tenhamos esperança.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Reflexão Atleticana

Após o jogo de domingo, 2/10/11, contra o Ceará, na "Arena do Jacaré", o "Galo" passou a ser objeto de minhas reflexões, já que almejar  melhor posição no atual campeonato parece-me  algo difícil em razão da sua performance ao longo do certame.
Fala-se que o Atlético é um dos grandes clubes do Brasil - uma grande torcida, um centro de treinamento de excelência e grande vendedor de pay-per-view . Tais circunstâncias seriam suficientes para qualificá-lo como grande clube? Evidentemente, não. Um grande clube não pode prescindir de um constante time competitivo e de títulos. Fora daí, não passa de uma agremiação respeitável, nada mais.
O Santa Cruz de Recife, na quarta divisão, é uma das maiores médias de público da temporada. E daí!! Com este requisito somente não pode ser classificado como grande clube. Pode ser  um fenômeno sociológico,  e como tal deve ser estudado, mas jamais um dos grandes do futebol brasileiro.
No Brasil, modelo de grande, a meu juízo,  é o São Paulo,  o Internacional e colocaria neste grupo o Grêmio - têm estádio próprio, centro de treinamentos de excelência, grandes torcidas, times com bom nível técnico e vencedores.  Há outros com grandes torcidas e ganhadores de títulos como o Flamengo e o Corinthians que precisam de uma melhor organização, mas que pela força das suas imensas torcidas têm as maiores cotas da televisão, formam boas equipes e conseguem  bons resultados nos campeonatos que disputam.
Como, atualmente, classificar o nosso Atlético no contexto do futebol brasileiro?
Pelo o que tem feito a  partir  do campeonato por pontos corridos -2003 -  é um clube mediano, do tamanho talvez do Coritiba, ou até pior. O máximo que conseguiu foi disputar sul-americana.
Por que não ser igual aos clubes de Porto Alegre?
Não é possível.
A resposta tem muito a ver com a posição geográfica privilegiada do Rio Grande do Sul em se tratando de futebol. Não sofrem a influência de outros estados como as equipes mineiras. O Atlético, por exemplo, tem grande torcida na grande Belo Horizonte e no seu entorno. Saindo desse espaço, há uma influência enorme dos clubes do Rio/São Paulo, o que enfraquece o nosso futebol sobremaneira. E, nesse aspecto, relevante é a incidência da imprensa mineira dentro do território do estado que é mínima, sem  divulgação  alguma do nosso futebol, dando espaço para que a de outros estados divulguem seus clubes. Tal realidade é facilmente constatável no "Alphaville Lagoa dos Ingleses",  Nova Lima, onde  não chegam os programas esportivos das emissoras  mineiras, como os da Alterosa e a rádio Itatiaia não é das melhores, exceto os da "Globo".
Quanto aos jornais da capital, há cidades que não os recebem. Lêem o "Globo" e a "Folha de São Paulo"
O ano de 2011 pode ser considerado uma exceção porque não tivemos estádios em B.Horizonte. Estupidamente, permitiram que se fizessem obras nos da capital para o mundial. Quem pagará o prejuízo? Mas, tal fato, não invalida a apreciação feita  supra.
O Presidente Kalil que administrará o Atlético por mais 3 (três) anos, deveria nomear uma comissão constituída por  quem entende de futebol, sem interesse de qualquer ordem, e este blogueiro ora lhe oferece para dela fazer parte, para repensar o futebol  atleticano, oferecendo sugestões  para a sua próxima gestão, sem ônus  para o clube.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O encontro

Final do mês de maio, noite fria, garoa teimosa debruçava sobre a relva do Independência, onde jogavam Uberaba x Atlético, 0x0, jogo horrível, com 950 (novecentos e cinquenta) pagantes! Os dois times já desclassificados para a disputa do campeonato.
Dois velhos amigos, um procurador-MP, já aposentado, atualmente advogado de sucesso, e um não menos velho magistrado, que passou pelo M.P, iniciando nova carreira na magistratura, atualmente no tribunal, se encontraram, não precisa falar que apaixonados atleticanos. Começaram a conversar, como iguais a qualquer velho, falavam do passado.
Perguntou o procurador: - Amigo qual o melhor jogador do Atlético na década de 50 (século XX)? Respondeu o magistrado: - é fácil de responder, claro que foi o Carlyle, extraordinário centroavante, vendido para o Fluminense, em 1951, onde foi campeão; no ano seguinte, disputou o "carioca" pelo Botafogo e, finalmente, se não me engano, passou pelo Palmeiras. Disputava posição com Ademir na seleção. Não jogou a copa/50 porque teria brigado com o técnico, Flávio Costa. Passou ainda por aqui "Veludo" goleiro reserva do Castilho, no Fluminense, que, segundo João Saldanha, foi melhor que o titular. Era, realmente, notável.
O procurador, impaciente com a péssima qualidade do jogo, voltou a perguntar: - qual o melhor jogador do Atlético que assistiu em todos os tempos? - Respondeu o magistrado: - também é fácil a resposta, indubitavelmente, foi Reinaldo. Extraordinário jogador!!! Se não ficasse aleijado jovem ainda seria o que mais se aproximaria do Pelé. Enquanto o magistrado respondia ao amigo, lá no gramado, o centro avante do Atlético perdia um gol, sob a trave: bola batendo na sua canela foi para fora. Coisa horrível!!!
O magistrado foi mais além: - passaram pelo Atlético grandes jogadores, davam show, nas décadas 70/80 - Marcelo Oliveira, Oldair, Éder, Wanderley, Cerezo, P. Isidoro, Luizinho, Wantuir Galdino e outros, com o que concordou o amigo.Fim de jogo, levantaram-se. O procurador fez um convite ao parceiro: - vamos jantar, na velha cantina, esquina da rua da Bahia com av. Augusto de Lima, dar um mergulho num passado de cerca de 50 (cinquenta) anos. Convite aceito. Embarcaram num taxi e seguiram para o local combinado.
Passearam pela galeria já marcada pela idade, do lado direito de quem entra, a mesma livraria, ao fundo, algumas barbearias, bares, todos conhecidos, e, à esquerda, a cantina.
Os dois amigos adentraram-na. Montagem antiga, as mesmas mesas e cadeiras, tudo limpo, ainda, com alguns fregueses, todos com mais de meio século de existência, ao fundo, o piano negro, já bem acariciado pelo tempo. Eis a surpresa maior, o mesmo pianista e também exímio saxofonista, Jaiminho, quase octogenário.
Os amigos ocuparam a mesa, ao fundo, à direita de quem entra, e pediram a mesma cerveja de antanho. Ambos não são amantes do vinho.
Começaram a conversa, quase que imperceptível pelos circunstantes, o procurador narrava o perfil dos magistrados do tribunal do seu tempo em que lá servia como Procurador Geral. O magistrado atento, dizia: -nada mudou, tudo a mesma coisa.
Entrementes, surge na porta da cantina uma mulher morena, septuagenária, cabelos grisalhos, olhos azuis de muita expressão, lindíssima! Reconhecida de imediato pelos amigos - era a Neide Alencar, conhecida para o "mundo" como Cyssa (não se sabe o porquê do apelido), ex-cantora da noite, antes, porém, passou pelo prostíbulo da rua Uberaba, entre Timbiras e Guajajaras, final dos anos/50 (cinquenta) e até a metade da década/60 (sessenta), casou-se com o Chagas Albuquerque, médico, professor, titular da cadeira de obstetrícia e ginecologia da UFV, com mestrado nos Estados Unidos e doutorado na Alemanha, fez escola em B.Horizonte, com quem teve 5 (cinco) filhos, falecido há cerca de 2 (dois) anos.
Cyssa dissera para os velhos, procurador e magistrado, que pediu ao Jaiminho que lhe telefonasse quando ali chegasse algum amigo do Chaguinha, para que viesse curtir o passado. A solidão era insuportável. Não se acostumou com reuniões sociais em ambiente muito sofisticado, sem a presença do marido. A prostituição deixou-lhe marcas indeléveis.
A conversa evoluiu e o que tinham de comum era a história da mocidade dos três, aí compreendido o grande amor de Cyssa com Chaguinha, exuberante, aparentemente com boa saúde, narra seu primeiro encontro com aquele que viria a ser seu grande e único amor.
- Estava no salão do bordel da rua Uberaba, quando ali surge um jovem moreno, fantasiado de médico, vinha do Felício Rocho, onde era residente, assentou próximo da porta, defronte à orquestra, o ambiente estava em penumbra, pediu uma cerveja e eu me aproximei. Entabulamos um assunto, após elogiar excessivamente os meus olhos azuis, o que pouco tinha a ver com o ambiente. Aquele garoto, imberbe ainda, uma formação de homem, não era, deveras, um bom freguês, mas, a conversa ia em direção a que já se antevia um grande amor. Naquela noite, já não quis deitar com ninguém, razão pela qual a cafetina me interpelou. Ele não me convidou para o quarto, do que mais gostei. Saímos do bordel juntos e eu paguei a multa. Ele me levou em casa, próximo a Venda Nova, num carro velho, "Chevrolet/1946". Na despedida, acariciou-me os cabelos e beijou-me sobre os olhos fechados, desprovido de qualquer erotismo, que é, sem dúvida, o beijo da alma, o que mais a puta quer quando sai do bordel.
Cyssa continuava no relato e os amigos atentos, tudo parecia que lhes fazia feliz e era novidade, embora se passasse há cerca de 45 (quarenta e cinco) anos e eles certamente sabiam de tudo em razão da turma de amigos a que pertenciam.
O porquê do apego ao Chaguinha de imediato - Ah, Puta quando percebe que há a possibilidade de um amor, ainda que possa ser fugidia, ela agarra aquela chance com unhas e dentes porque ela sabe o que é, realmente, o desamor, o sexo por sexo, em cada relação sexual profissional um estupro permitido, a falta de afeto, a do beijo de despedida com o "até já", o elogio sincero do amado, razão pela qual Cyssa investiu, e muito, no relacionamento.
Continua Cyssa: - No dia seguinte, já não voltei ao bordel. Mas o que fazer, pois precisava de dinheiro para sustentar minha mãe e um irmão pequeno. Tudo muito difícil. Fui trabalhar num bar no Barro Preto, durante a noite. E passei a encontrar com Chaguinha, quase que diariamente, pois ali passava para lanchar, após seu expediente no hospital. Demoramos ir para a cama. Isto aumentava o meu amor por ele. Percebia que não queria somente sexo. Até que um dia ele me convidou para dormir no seu apartamento - uma república, na av. A. de Lima. Que noite! Que amor! Que alucinação! Algo indescritível!! Saí dali apaixonada, mais do que já estava, é verdade, sentindo um amor daqueles que não se sabe descrever. Os encontros continuaram. Eu me ofereci para, de tempos em tempos, limpar o apartamento, lavar os jalecos e bordar no seu bolso as suas iniciais. Coisa de mulher muito apaixonada!!!
Passaram os tempos, Chaguinha foi para os Estados Unidos e, após, para Alemanha. Eu esperei pelo seu retorno sem deitar com quem quer que seja, o que não foi sacrifício algum. Sacrificante foi a distância, a saudade.
Nos tempos em que Chaguinha esteve fora, com enorme saudade, Cyssa fez teste numa gravadora, não deu certo. Quando se prostituía, cantava, de quando em vez, na orquestra da casa. Foi convidada para ser crooner na orquestra do Jaiminho, no início, ainda, em bordéis, depois em clubes, festas de formatura, réveillon e nos finais de semana dançantes nas faculdades, o que realmente sustentava os músicos, pois era receita certa.
O velho magistrado, muito curioso, perguntou a Cyssa: - quais as músicas mais pedidas, nos finais de baile, quando todos já tinham arranjado par certo e o álcool já fazia efeito.
- Cyssa: - Era o pout-pourri do amor “De Cigarro em Cigarro", "Negue", "Ninguém me Ama" um fox francês "Petite Fleur", solado no sax maravilhosamente pelo Booker Pitman, em seu conjunto, e pelo Jaiminho no nosso, e "Nossos Momentos".
O velho Procurador fez referência ao retorno de Chaguinha da Alemanha, quando logo fez concurso e foi aprovado para a cátedra de Ginecologia e Obstetrícia da Federal.
Comenta Cyssa - que, certa vez, esteve por terminar o relacionamento porque Chaguinha estava com ciúme, inteiramente infundado, do baterista da orquestra, Joel, que, nas horas vagas, jogava no time aspirante do Atlético. Quando Chaguinha chegou ao salão, se não me engano no clube da P.Militar, pedi ao Jaiminho que tocasse pout-pourri do amor, como dizíamos, ou seja,  somente "De Cigarro em Cigarro"  "Ninguém me Ama" e "Negue".
Antes do jantar, Cyssa pediu o tom ao Jaiminho para cantar de "Cigarro em Cigarro" (samba canção de Luiz Bonfá, de 1953, gravado pela Nora Ney) e aí cantou o seguinte verso:

"Vivo só sem você
Que não posso esquecer
Um momento sequer
Vivo pobre de amor
À espera de alguém
E esse alguém não me quer
Vejo o tempo passar
O inverno chegar
Só não vejo você
Se outro amor em meu quarto bater
Eu não vou atender
Outra noite sem fim
Aumentou meu sofrer
De cigarro em cigarro
Olhando a fumaça no ar se perder
Vivo só sem você.............."

            A segunda foi "Ninguém me Ama" (Samba Canção, autoria de Antônio Maria,1952), cantou a música toda, era curta:
“Ninguém me ama, ninguém me quer
Ninguém me chama de meu amor
A vida passa, e eu sem ninguém
E quem me abraça não me quer bem
Vim pela noite tão longa de fracasso em fracasso
E hoje descrente de tudo me resta o cansaço
Cansaço da vida, cansaço de mim
Velhice chegando e eu chegando ao fim."

E a terceira foi "Negue" (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos-1960)

“Negue seu amor, o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise, machucando com jeitinho
Este coração que ainda é seu
Diga que meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi meu um dia
Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
Ainda marcada pelo beijo seu.”

            Relata Cyssa:

            - As pazes foram feitas evidentemente, dormimos juntos, e muito juntos, como amamos!!! Entre nós, havia uma alquimia, insuperável - cumplicidade, juventude e muito amor, não precisava de mais nada.
Depois da serenata, lindíssima, Cyssa chorou quando se referiu ao ato do casamento: 
- Foi um ato cercado por uma simplicidade franciscana. Em casamento de puta, normalmente, não há família para comparecer: no nosso, em particular, todos os meus familiares já eram falecidos e os dele não quiseram estar presentes. A cerimônia foi singela, testemunhada por músicos da orquestra e médicos colegas do Chaguinha. Não houve festa. Não havia dinheiro para tal.
Ao falar da lua de mel, Cyssa se transformou:
- A lua de mel, ah, a lua de mel........, para esta sobrou alguns trocados. Foi, deveras, algo inesquecível, numa praia capixaba, deserta, em que tudo entre nós dois aconteceu, até uma marijuana (nunca mais usamos) foi consumida para cercar a ocasião com alucinação porque a emoção já estava presente entre nós, há muito tempo. Que saudade!!! Que amor, com tudo o que se tem direito!!! Eram, realmente, dois corpos num só, literalmente, uma simbiose. Observou o velho magistrado: - Nunca mais usou, que mentira em Cyssa!
Comentando sobre a família constituída: - tivemos filhos; foi tudo muito bonito!!!! A morte de Chaguinha não poderia acontecer. Mas........
Após o jantar - o velho filé a moda da casa, igual ao dos velhos tempos que matava fome de estudante - cinco horas da manhã, cantina já com as portas abaixadas, todos se levantaram e se despediram, inclusive o músico e o garçom. Marcaram novo encontro para que os velhos amigos falassem sobre a Clarisse do quarto 25 e Iracema do 27, conhecidas dos três. O que poderia ser. Quem era de quem? Como tudo acabou?
Esta é uma história de ficção.

domingo, 2 de outubro de 2011

Atlético x Ceará

Estive na "Arena do Jacaré", hoje a tarde, e assisti a um espetáculo de futebol do qual, a meu juízo, o Atlético saiu rebaixado para a segunda divisão.
Um segundo tempo em que o adversário, desfalcado de titulares, com 9 (nove) jogadores e o Galo não teve competência para ganhar o jogo, infelizmdente. Não temos força para manter um resultado que nos é favorável ou reverter uma situação desfavorável. O campeonato está por terminar e não conseguimos tal proeza.
Assistindo ao jogo de hoje e aos anteriores, se fosse Presidente do Clube, afastaria o Magno Alves, colocaria treinando com os afastados do grupo, se não fosse possível repassá-lo a outro clube. Em jogo anterior, se desentendeu, seriamente, com Felipe Soutto, no transcurso da partida. Hoje, isolou a bola, parecia uma jogada de pelada em que o participante estava a fim de avacalhar e, logo após, bateu um pênalti de forma irresponsável, proporcionando a defesa de Fernando Henrique. Chega. Não precisa mais!! É desrespeitar o Atlético.
O time do "Galo" merece o rebaixamento. De todos os jogos que assisti, pior que o Atlético é somente o Avaí, nem o América consegue ser pior.
O Jônatas Obina é jogador para disputar a 3ª divisão, não pode fazer parte do elenco atleticano, desmerece a marca "Atlético". Os goleiros são jogadores de 2ª divisão, como também o Serginho e o Richarlyson, este em razão do que vem jogando. Os laterais são quebra-galhos, não podem ser considerados como solução para as alas; os volantes Pierre e Felipe Soutto não vêm comprometendo, mas estão longe de uma grande jogada que possa definir uma partida; no meio-campo, o melhor, indubitavelmente, é Daniel Carvalho, este sabe jogar, e muito, não tem com quem, à altura, estabelecer uma estratégia de jogo e definir uma partida; Bernard muito esforçado, jovem ainda, vem dando conta da sua parte nas jogadas pelas extremas, principalmente pela esquerda, poderá melhorar, e o pior, o ponto fraco da equipe, é o ataque - o André, Guilherme e Magno Alves não jogam.
Quanto ao André, há cerca de 1 (um) ano andando pela Europa, não se sabe quantos jogos fez e quantos gols marcou. Jogou bem quando ainda no Santos, o que não é vantagem alguma. Todo jogador de frente com uma retaguarda constituída por ninguém menos do que Neymar, Danilo e Ganso, aí é fácil jogar. Vejam o Borges, nada fazia no Grêmio e, no Santos, é o artilheiro do campeonato. O que falar de Guilherme? É difícil. Estava na Rússia, há mais de dois anos, passou por duas equipes e não foi titular em nenhuma delas, teria marcado somente 16 (dezesseis) gols, segundo noticiado na imprensa mineira. Magno Alves, ex-jogador em atividade, sem cumplicidade com o Atlético, não merece fazer parte do grupo atleticano. Importa observar que os gols do Atlético são resultantes de jogadas de bola parada. Os bons lançamentos de Daniel Carvalho param na incompetência dos centroavantes - Guilherme, André e M.Alves.
Sintetizando: O Atlético não tem time para se manter na primeira divisão.
Em qualquer circunstância, incondicionalmente, estarei com o Kalil. Este é o momento que mais precisa de apoio dos atleticanos. A situação é, deveras, aflitiva.
Se fosse dirigente atleticano, já projetava um futebol de segunda divisão para o ano próximo. Aproveitar o máximo os denominados "pratas da casa". Já ir tratando das rescisões daqueles que certamente não disputarão a segundona - Réver, Daniel Carvalho e, talvez, o Richarlyson, não vale nada, mas tem pose.
Esta crônica não é blá blá de torcedor apaixonado. É algo lúcido, elaborado com base na experiência, segundo o que se tem visto no campo de jogo. O futebol tem lógica: num campeonato de pontos corridos ganha, em 99% (noventa e nove por cento) dos casos, o melhor time. Caso assim não fosse, o América, Vila Nova, a Tombense seriam campeões brasileiros ou o Espanhol seria campeão espanhol. E não é assim.
Voltando ao desastre de hoje, verifica-se que a bola, no segundo tempo, não entrou porque faltou competência para colocá-la para dentro, nada mais. J.Obina e André não jogaram nada.
O Cuca não foi feliz nas substituições. Num jogo decisivo, não se pode jogar com jogadores que estão chegando ao clube. O lateral direito participou da partida em P.Alegre. Mas hoje entraria com Serginho na lateral direita e, no intervalo, tiraria o M.Alves, como fez, e colocaria o R.Ribeiro, adiantando o Daniel Carvalho porque, com o seu talento, poderia marcar.
Espero que tenham esperança.