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NOME: Manuel Bravo Saramago NASCIMENTO: 19/10/1944, Tombos - MG FORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela Faculdade Cândido Mendes - Rio de Janeiro/MG - 1971. Mestre em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte/MG - 2003.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Amor Mora ao Lado

Trabalhando na 806, da rua Goiás 253, lendo processos, e processos, e processos, lembrei-me do título de uma comédia lançada em 1955, com a Marilyn Monroe e Tom Ewell, nos papéis principais, "O Pecado Mora ao Lado"-. E por que lembrei?
Passo o dia neste 8° (oitavo) andar, e percebo que os assessores dos vetustos pretores são jovens, portadores de força de trabalho extraordinária, com imenso desejo de aprender, o que não é de se estranhar, porquanto essas são as características da juventude do século XXI.
Estando num ambiente jovem, percebe-se troca de olhares furtivos entre assessores e assessoras solteiros, quando transitam pelos corredores da casa, do mesmo gabinete ou de gabinete diverso. Fato normal, saudável e lindo, que quase sempre evolui para um namoro explícito, às vezes, chegando ao casamento.
Ha uma tecnologia de última geração da qual os jovens fazem uso, e com maestria, que torna facílima a comunicação entre aqueles que se amam, mas não querem, de pronto, que o relacionamento venha ao conhecimento dos circunstantes - os modernos telefones celulares de inúmeros recursos.
As moças, mais discretas, falam ao telefone baixinho, de cabeça baixa, com mechas de cabelo sobre o rosto. Os rapazes também falam baixo, mas não escondem a face, colocam todo o peso do corpo sobre o encosto da cadeira.
Os jovens tomam todos os cuidados mas não conseguem esconder que estão amando. É realmente difícil, ou melhor impossível, não demonstrar a razão de ser da vida. O amor é um sentimento muito forte. Penetra na pessoa impondo a outro sentimento, se ainda existe, a vênia devida e a abertura de alas para que ocupe todos os seus espaços e se estabeleça com ânimo de definitividade.
As moças, embora neguem, pois falam que se aprontam em qualquer situação, mas quando estão namorando um colega no mesmo andar, quer queiram quer não, mudam de aspecto. A chegada ao trabalho é diferente: transmitem muita alegria, a saudação aos colegas é num tom de voz mais elevado. Sempre bem produzidas, vestido e sapato combinando; cabelo bem penteado e a pintura um primor, combinando com a cor da pele, e o olhar corre, numa aparente intuição, para o lado do novo amor. É maravilhoso!
Os rapazes parecem ficar mais altos; procuram mostrar seu físico de atleta; ficam com a barba por fazer - dois dias -, expondo orgulhosamente a masculinidade. É o perfil dos vitoriosos. Lindo!!!
Pensam eles que ninguém está percebendo. Como se enganam! Esquecem que estão lidando com pessoas de muita vivência, são velhos juízes. Nada mais.
As mensagens enviadas pelos celulares são interessantes. Há poucos dias, minha mulher contou-me a respeito da nossa neta, uma pirralha de 13 (treze) anos - as mensagens para um pseudonamorado como também as respostas são em linguagem cifrada, pródigas em diminutivos - "Tinho", "Zinho", "Binho" "Gatinha", "Amorzinho" e, na sua maioria, palavras monossílabas. Tenho certeza que as mensagens dos assessores são parecidas, pois o sentimento não tem idade.
O enredo do filme a que me referi não tem relação com a presente narrativa, apenas fiz uso do nome, trocando "pecado" por "amor", o que me parece uma troca feliz.

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