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NOME: Manuel Bravo Saramago NASCIMENTO: 19/10/1944, Tombos - MG FORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela Faculdade Cândido Mendes - Rio de Janeiro/MG - 1971. Mestre em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte/MG - 2003.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Comentários Atleticanos

Reitero afirmações feitas em outras crônicas: o Atlético não armou um time para disputar os primeiros lugares no nacional, embora no papel até poderia pensar em chegar a uma libertadores.
No estágio em que se encontra o campeonato, percebe-se que falta equilíbrio emocional ao grupo, e há muito tempo. Tenho batido neste blog pela inclusão na comissão técnica de um psicólogo voltado para atendimento a grupo de atletas profissionais.
E por que falta o psicólogo? Porque em toda atividade humana deve estar presente o equilíbrio emocional. No Atlético, o desequilíbrio emocional é mais sensível porque é um clube de grande torcida, diga-se de passagem, apaixonada, e, como tal, muito exigente e nada de importante ganha há 40 (quarenta)anos.
Ela não entende que o atleta, quase sempre, precisa de tempo para acertar um posicionamento dentro da equipe e mesmo no clube para o qual se tranferiu para render tudo o que lhe é possível. Nesse contexto, muitos atletas sucumbem, não rendem o que podem em razão da imensa e quase insuportável pressão da torcida, como também da imprensa. Nessa fase, faz-se necessário o acompanhamento psicológico por um profisional especializado.
Percebe-se claramente tal fato no campo de jogo. O time abalado psicologicamente, como o Atlético, quando não leva o gol logo nos primeiros minutos, não consegue manter um marcador que lhe é favorável. Quando se vê vencendo a partida, deixa-se pressionar, passa a jogar retrancado, com medo, dando margem para o adversário armar as suas jogadas no meio de campo, chegando à area e marcando.
Equipe transtornada psicologicamente não consegue também render bem fisicamente. O jogador lúcido, com o comportamento equilibrado, além de manter a disciplina, tem a lucidez necessária para controlar o desgaste físico durante a disputa. O desequilíbrio psicológico é mais visível nos jogadores jovens, na passagem da base para o profissional que, em razão da juventude, são mais sensíveis às pressões e acabam por sucumbir. Começam ganhar muito dinheiro que nunca tiveram e muitos passaram necesidades seríssimas na infância, nem família estruturada tiveram. Esse é um assunto antigo e que não envelheceu que os clubes, inexplicavelmente, não resolvem.
Agora já estou falando para os próximos anos. Time como o Atlético para chegar a um primeiro lugar do nacional vai levar tempo. Não se chega ao topo de uma noite para o dia. É um processo lento e gradual, em que, necessariamente, se aprende com os erros cometidos. É um processo empírico. E erros existem porque: primeiro porque é uma atividade humana e também o perfil do futebol tem mudado de ano para ano, significativamente. Temos que copiar de quem vem dando certo.
A primeira providência, imediata, é valorizar o futebol da base, contratando profissionais honestos, competentes e bem pagos para administrá-lo. No futebol sul-americano, só se constroem boas equipes com jogadores da base mesclados com alguns contratados. O jogador já formado,com qualidade técnica que merece ser contratado, é muito caro e os clubes não têm condições de formar um time só de craques. Este é um privilégio dos grandes europeus.
Não poderia deixar de fazer menção sobre a formação das comissões técnicas. Essas devem ser formadas pelo clube e não pelo técnico, este tem direito apenas de indicar um assitente. O preparador físico deve ser o melhor entre os melhores, como Atlético atualmente, o mesmo se diz do departamento médico e treinador de goleiros. Quanto ao técnico, não o valorizo além do limite da sua importância, porque evidentemente é o jogador que joga, que exterioriza o talento do qual é portador. Nesse processo, o técnico não tem ingerência alguma. E sem talento não há técnico que faça o jogador jogar. A montagem de um sistema de jogo perde muito da sua eficácia em razão da dinâmica da disputa, que tem crescido muito motivada pelo preparo físico mais apurado. Por outro lado, o poder do técnico não pode se sobrepor ao interesse da agremiação: se o presidente determinar a escalação de um certo jogador, o técnico, empregado do clube, é obrigado a atendê-lo. Há interesses maiores do que mero capricho de treinadores distribuidores de camisas.
Até breve. Esperanças, e muitas.......

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